Queda de cabelo: conheças as principais causas endócrinas
O endocrinologista é o médico que se dedica ao estudo das patologias das glândulas endócrinas. E como causas endócrinas da queda de cabelo, podemos citar as alterações nos hormônios ou seus metabólitos derivados das seguintes glândulas: hipófise, adrenal, tireoide, ovários e testículos. A glândula hipófise é a glândula mestre, localizada na sela túrcica no cérebro, responsável pelo controle de quase todas as outras glândulas endócrinas.
As principais glândulas endócrinas
Algumas das glândulas endócrinas mais importantes são a pineal (pequena glândula situada no cérebro, que possui a função de controlar os ciclos de vigília e sono diariamente), a hipófise (também localizada na parte cerebral, que comanda várias funções, inibindo ou estimulando a atuação de outras glândulas), o pâncreas (glândula que fica situada na área abdominal, onde os hormônios de insulina e glucagon são produzidos), as glândulas paratiróides (que fazem a regulação do cálcio no organismo humano), as glândulas suprarrenais (que ficam nos rins e realizam a liberação da adrenalina, aldosterona, cortisol e noradrenalina) e por fim a tireoide (glândula que fica situada na parte frontal do pescoço, totalmente responsável pelo bom funcionamento do metabolismo celular).
A tireoide e a queda de cabelo na mulher
Dentre as endocrinopatias mais freqüentes que causam a queda de cabelo nas mulheres, a disfunção na tireoide é uma das mais comuns. Tanto o hipotireoidismo como o hipertireoidismo, são alguns dos responsáveis pela queda de cabelo em várias mulheres no mundo inteiro.
Clinicamente, o quadro clínico do hipertireoidismo costuma ser bastante aparente com sudorese excessiva, pele quente e emagrecimento. Já o hipotireoidismo, que representa uma das patologias endócrinas mais freqüentes, costuma ser pouco sintomático ou oligossintomático.
Os sintomas iniciais podem ser bem sutis como desânimo, depressão, ganho ponderal e pele seca. O tratamento das patologias da tireóide é simples e melhora muito a qualidade de vida.
O que é hipertireoidismo e hipotireoidismo?
Quando falamos de uma disfunção da tireoide, podemos dizer que a glândula é a chave determinante para que o corpo tenha um bom funcionamento. Ela fica localizada na parte do pescoço, secretando alguns hormônios como a tiroxina (T4) e a calcitonina, sendo responsável pelo bom andamento do metabolismo, além do equilíbrio dos sistemas, como a relação do ganho ou perda de peso, a regularidade da temperatura corporal, tensão arterial, força do músculo, intestino, memória, entre outros.
No entanto, quando a tireoide começa a se comportar de maneira estranha, produzindo hormônios em excesso ou em poucas quantidades, é aí que encontramos o hiper e o hipotireoidismo, respectivamente. A partir de então, o sistema começa a sofrer alteração, originando diversos problemas em todo o corpo humano, inclusive a queda de cabelo.
O que eles podem causar?
Hipotireoidismo:
– Depressão
– Sonolência em excesso
– Ganho de peso
– Cansaço (fadiga)
– Prisão de ventre
– Menstruação irregular
– Pele rugosa e seca
– Queda de cabelo
Hipertireoidismo:
– Aceleração da frequência cardíaca
– Irritabilidade (nervosismo)
– Perda de peso
– Problemas de insônia
– Diarreia
– Queda de cabelo
– Proeminência ocular
– Hiperatividade
A alteração na tireoide acontece devido a uma autoimunidade, um processo no qual os anticorpos do indivíduo atacam os hormônios advindos da glândula (caso do hipotireoidismo) ou realizam o aumento de sua produção (hipertireoidismo).
Falando de maneira mais abrangente, o hipotireoidismo costuma ser mais comum nas mulheres do que nos homens. O diagnóstico da doença é realizado através de um exame laboratorial feito pelo médico especialista.
SOPC e Hiperprolactinemia
Outra patologia bastante freqüente entre as mulheres é a Síndrome dos Ovários Policísticos (SOPC), que se inicia com aumento dos androgênios ovarianos. Clinicamente ela atua causando a irregularidade menstrual, anovulação, oleosidade da pele com acne e a queda de cabelo.
A hiperprolactinemia (aumento da prolactina) é também uma alteração freqüente entre o público feminino. Costuma cursar com a tríade galactorreia (saída de leite pelas mamas), amenorreia (ausência de menstruação) e infertilidade. A falência ovariana precoce e/ ou menopausa também são causas de queda de cabelo, alteração no crescimento e textura dos fios.
Como a patologia atua nos homens?
Nos homens, uma etiologia freqüente é o aumento da produção de dehidroepiandrosterona (DHT). Trata-se de um produto da transformação metabólica da testosterona e que atinge diretamente o folículo de cabelo, fazendo com que os homens criem uma certa tendência à queda capilar, ou algumas regiões do couro cabeludo também podem apresentar um aumento da sensibilidade à testosterona, provocando quedas ou falhas. Embora menos freqüente que as mulheres, é importante salientar que os homens podem também apresentar outros distúrbios endócrinos como disfunções tireoidianas e hiperprolactinemia.
Outras alterações endócrinas que afetam a saúde capilar
Existem várias outras disfunções que podem propiciar a queda de cabelo no homem e na mulher, elas são: Síndrome de Cushing (devido ao altos níveis de cortisol), hipogonadismo (acontece a partir de uma insuficiência dos hormônios das glândulas sexuais), hiperprolactinemia (é originada através de uma alta produção do hormônio prolactina) e o hipopituitarismo (doença comumente desencadeada devido a um tumor que comprime ou elimina a hipófise, ou também devido a algum traumatismo craniano).
Faça um diagnóstico!
Como pudemos notar, várias disfunções hormonais podem causar a queda de cabelo, tanto no homem como na mulher. O tratamento ideal para cada caso irá depender de um diagnóstico preciso feito por um especialista. Para poder realizar o diagnóstico ou excluir alguma patologia endócrina, não é necessário dosar todos os hormônios e nem muito menos realizar inúmeros exames. Por isso, a primeira coisa a se fazer para acertar o diagnóstico, é consultar um profissional adequado, que irá realizar uma anamnese (coleta de dados), um exame físico completo e, por fim, uma dosagem hormonal que irá complementar a hipótese diagnóstica.